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PITIRÍASE LIQUENÓIDE VARIOLIFORME AGUDA
Doenças infeciosas e parasitárias - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO041 - Resumo ID: 531
ULS Matosinhos - Hospital Pedro Hispano
Carolina Paiva, Ana Ferro, Helena Greenfield, Ana Luísa Marçal, Pedro Andrade, Raquel Machado-Neves, Herberto Bettencourt, Sofia Moreira-Silva
INTRODUÇÃO: A pitiríase liquenóide varioliforme aguda (PLEVA) é uma doença cutânea rara, de etiologia pouco compreendida, considerando-se em possível relação com discrasia de células T ou como uma resposta imune aberrante a infeções. Usualmente manifesta-se por erupção aguda generalizada de pápulas eritematosas e vesico-pústulas, progredindo para crosta hemorrágica e cicatriz atrófica, pruriginosas, em diferentes fases de evolução. O diagnostico é clínico e confirmado por biópsia.
CASO CLÍNICO: Homem de 62 anos, infeção VIH diagnosticada em 1999, estadio C2 sob terapêutica anti-retroviral, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, e dislipidemia, que recorreu ao médico assistente por erupção generalizada pruriginosa, interpretada como escabiose e sujeita a tratamento com benzoato de benzilo tópico. Cerca de duas semanas depois recorreu ao serviço de urgência por persistência do quadro, e aparecimento de edema, rubor e dor na perna esquerda. À admissão observavam-se múltiplas lesões papulo-vesiculosas, crostas e cicatrizes atróficas superficiais, pruriginosas, envolvendo a generalidade do tegumento, poupando a face, couro cabeludo e região palmo-plantar; apresentava-se febril com francos sinais inflamatórios no membro inferior esquerdo e, analiticamente com parâmetros inflamatórios elevados (PCR 259mg/L, leucócitos 8690/L com neutrofilia relativa 89%). Após avaliação por dermatologia foi estabelecido o diagnóstico clínico de PLEVA, confirmado por biópsia cutânea, complicado por celulite do membro inferior esquerdo com origem nas lesões locais escoriadas. Foi instituído tratamento com ceftriaxone, com resolução do quadro infeccioso, e doxiciclina oral 100g id e betametasona tópica, com melhoria das lesões de PLEVA.
CONCLUSÃO: Os autores consideram este caso clínico relevante uma vez que a PLEVA é uma patologia incomum, que, apesar de característica, coloca não raras vezes problemas de diagnóstico diferencial com outras entidades clínicas, exigindo um elevado índice de suspeição para o diagnóstico, que só é possível confirmar histologicamente. A antibioterapia com tetraciclinas ou eritromicina orais e a fototerapia são consideradas atualmente terapias de primeira linha.