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CARACTERIZAÇÃO DE TUBERCULOSE LACTENTE DE UM HOSPITAL DISTRITAL
Doenças infeciosas e parasitárias - Comunicação
Congresso ID: CO013 - Resumo ID: 536
Unidade Local de Saúde Castelo Branco - Hospital Amato Lusitano
Rita Correia, Óscar Matos, Fábia Cruz, Mariana Martins, Sandra Martin, Maria Eugénia André
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ⅓ da população mundial tem tuberculose latente (TBL) no entanto menos de 5% é diagnosticada e tratada. Nos últimos anos desenvolveram-se testes conhecidos como interferon gamma release assay (IGRAs), especialmente criados com o objectivo de ultrapassar o problema da baixa especificidade dos testes cutâneos e assim permitir rastrear a doença. Devido ao risco de reactivação ou nova infecção nos doentes submetidos a terapêutica imunossupressora, nomeadamente biológicos, nas doenças auto imunes, está preconizado o rastreio dos mesmos previamente ao inicio do tratamento
Objectivo: Caracterizar a Tuberculose Latente num hospital distrital de 2016 a 2018.
Material e Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, transversal de doentes submetidos a rastreio de tuberculose latente, com colheita de dados através do programa clinidatanet® e sclinic®. Análise por SPSS®.
Resultados: Foram solicitados na unidade hospitalar 507 exames de IGRAs no período avaliado (Idade média de 59 ±18 anos; 54% mulheres).
21% solicitados pelo internamento de medicina interna, 20% pela consulta de Medicina interna, 13,2% pela consulta de Auto-imunes e 12,8% pelo Serviço de Gastroenterologia. Os motivos mais frequentes do pedido foram suspeita de tuberculose activa (56,8%) e rastreio pré imunossupressão (38,8%).
29,6% da amostra apresentava IGRA positivo e 4,3% indeterminado.
Dos doentes com IGRAs positivos: 28(16,4%) apresentavam sintomas típicos de Tuberculose activa (TB) e 124 realizaram radiografia de tórax para exclusão de TB apresentando em 19,4% alterações imagiologicas típicas.
A TB foi diagnosticada em 4,3% da amostra e TBL em 25,6%. Dos doentes com TBL, 39,5% realizaram terapêutica profiláctica.
A presença de sintomas típicos de tuberculose activa correlacionou-se positivamente com o diagnostico da mesma com significado estatístico (p<0,01) e com achados típicos na radiografia de tórax (p<0,01).
Conclusões: A especificidade elevada do IGRA permite identificar de forma mais especifica os doentes com TBL que irão iniciar terapêuticas imunossupressoras, contudo implica sempre a exclusão de tuberculose activa. Na nossa amostra a presença de sintomas e a radiografia torácica apresentaram uma boa correlação com a presença de TB, estatisticamente significativa.