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RINS EM FERRADURA - UMA PEDRA NO RIM?
Doenças Renais - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG072 - Resumo ID: 538
(1) Oncologia Médica, IPO do Porto; (2) Oncologia Médica, Hospital Pedro Hispano; (3) Medicina Interna, Hospital Pedro Hispano
Marta Pina (1), Denise Magalhães (2), J. Vasco Barreto (3)
Apresentamos o caso de uma senhora de 81 anos, com dislipidemia, demência e litíase vesicular. Recorreu ao serviço de urgência por agitação e febre de início no próprio dia. Referia ainda dor lombar direita de instalação súbita com 2 dias de evolução. Tinha tratado infeção urinária com fosfomicina 3 semanas antes. Apresentava Murphy renal positivo à direita, proteína C reativa de 242.5 mg/L e leucocitúria. A tomografia computorizada abdominal evidenciou rins em ferradura; múltiplos cálculos bilaterais; acentuada ectasia do ureter direito, condicionada por cálculos no seu terço distal; espessamento do urotélio do bacinete e ureter, a traduzir pielonefrite. Foi submetida a cateterização ureteral e antibioterapia, com melhoria clínica e imagiológica.
O rim em ferradura é a anomalia de fusão renal mais comum. Contudo, encontra-se presente em apenas 0.25% da população. A maioria dos casos é esporádica, como no caso acima apresentado, no entanto pode fazer parte de uma síndrome genética como a síndrome de Edward, Turner ou Down. Por si só não requer qualquer tratamento. No entanto, além de aumentar o risco de neoplasia renal primária, predispõe para formação de cálculos (presentes em 36% dos casos), hidronefrose e infeções pieloureterais.

Legenda: Rim em ferradura. Cortes frontais (a,b); cortes axiais (c,d).