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EMPIEMA METAPNEUMÓNICO LOCULADO POR STREPTOCOCCUS ANGINOSUS
Doenças respiratórias - E-Poster
Congresso ID: P828 - Resumo ID: 573
Centro Hospitalar de Setúbal
Rita Silvério, Filipa Silva, António Eliseu, Ana Rita Piteira, Lúcia Gil, Diana Pedreira, Paula Lopes, Manuela Fera, Ermelinda Pedroso
Introdução:
O derrame pleural metapneumónico sucede a uma inflamação do pulmão e aparece geralmente após uma pneumonia. O tratamento do empiema inclui antibióticos efetivos durante 3 semanas, drenagem através de dreno torácico e por vezes cirurgia torácica. O Streptococcus anginosus faz parte da flora normal da cavidade oral e tem capacidade para causar patologia na cavidade torácica, nomeadamente empiema.

Caso clínico:
Homem, 58 anos, história de tabagismo, múltiplas cáries dentárias e alérgico à penicilina. História remonta a 12 dias antes, quando foi internado 5 dias com o diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade multilobar à direita, tendo cumprido ciclo com levofloxacina. Readmitido por recidiva de tosse hemoptoica (característica de novo), febre e dor ao nível do hipocôndrio direito. Ao exame objetivo: murmúrio vesicular diminuído no hemitórax direito com zonas de som timpânico e macicez à percussão do mesmo lado. Analiticamente: leucocitose com neutrofilia e PCR elevada. Radiografia do tórax revelou hidropneumotórax à direita, tendo realizado tomografia computorizada que revelou pneumomediastino e 3 volumosas formações com nível hidroaéreo em contiguidade com derrame pleural à direita. Assumiu-se diagnóstico de derrame pleural metapneumónico multiloculado e foi colocado dreno torácico com saída de líquido “puré de ervilha”. Iniciou meropenem, contudo ao 7º dia por agravamento clínico e imagiológico foi submetido a desbridamento da cavidade de empiema, com colocação de drenagem pleural por videotoracoscopia. O doente cumpriu ciclo de meropenem associado a metronidazol, tendo sido isolado S. anginosus. O doente evoluiu favoravelmente.

Discussão:
O empiema torácico está normalmente associado a pneumonia subjacente e a pior prognóstico. Presentemente, ocorreu uma alteração dos microrganismos mais prevalentes no empiema, com aumento dos casos provocados pelo Staphylococcus aureus e pelos microrganismos anaeróbios em que se inclui o S. anginosus. O tórax está envolvido em 1/5 das infeções causadas por este último, sendo as manifestações mais comuns o empiema.