23

24

25

26
 
QUISTOS HEPÁTICOS SIMPLES – POR VEZES NÃO É ASSIM TÃO SIMPLES
Doenças hepatobiliares - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG081 - Resumo ID: 578
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho
Inês Rueff Rato, Maria Ana Canelas, Pedro Caiano Gil, João Valente, Vítor Paixão-Dias
Mulher de 83 anos com antecedentes de insuficiência cardíaca valvular, bronquiectasias e vários quistos hepáticos simples, o maior de 15cm. Recorreu ao Serviço de Urgência por febre e dor abdominal. Excluída infeção intra-abdominal, foi internada com o diagnóstico de Pielonefrite aguda por Escherichia coli multissensível. Evoluiu desfavoravelmente com choque séptico (disfunção neurológica, respiratória, cardiovascular e renal) apesar de antibioterapia dirigida. Do estudo em internamento: bacteriémia por Enterobacter cloacae e Tomografia Computorizada a documentar volumosa lesão quística, já conhecida, a ocupar a quase totalidade do lobo hepático direito (17cm de maior diâmetro longitudinal) com paredes espessadas, contornos irregulares e septos captantes de contraste. Assumido ponto de partida em quisto hepático infetado. Após discussão multidisciplinar, foi decidida a sua drenagem percutânea guiada por ecografia. Isolamento do mesmo agente no pús. Melhoria progressiva das disfunções com após drenagem e antibioterapia, com evolução favorável. Teve alta orientada para consulta.
Os quistos hepáticos simples são habitualmente assintomáticos, podendo ter dimensões muito variáveis. Aqueles de dimensões aumentadas são quase exclusivamente observados no sexo feminino e tendem a complicar, nomeadamente com sintomatologia compressiva, hemorragia, infeção, torção ou rotura. O tratamento não reúne consenso, porém, a sua drenagem percutânea combinada com antibioterapia dirigida parece ser uma abordagem eficaz.