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COLITE PSEUDOMEMBRANOSA: INFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE
Doenças infeciosas e parasitárias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG083 - Resumo ID: 582
Serviço de Medicina Interna, Hospital de Braga
Ana Sá, Paulo Medeiros, Vanessa Palha, Narciso Oliveira, Teresa Pimentel
A infecção por Clostridium difficile caracteriza-se pela presença de diarreia e dor abdominal e pela confirmação da presença de toxina de Clostridium nas fezes, ou achados histopatológicos em colonoscopia compatíveis com colite pseudomembranosa. Na maioria das vezes, ocorre em doentes previamente expostos a antibioterapia, que provoca desequilíbrios no microbioma intestinal. Quando associado a febre e leucocitose tem pior prognóstico. No tratamento de primeira linha são recomendadas vancomicina ou fidaxomicina. Em cerca de 25% dos casos existe o risco de recorrência, podendo também desenvolver-se colite fulminante, frequentemente fatal.
Apresentamos o caso de uma mulher de 74 anos, com Doença de Madelung, internada no serviço de Medicina Interna por lesão renal aguda e acidose metabólica associada a metformina com necessidade de hemodiálise. Esteve previamente internada noutro hospital, onde realizou antibioterapia com ceftriaxone para uma ITU por Klebsiella pneumoniae. Tinha como antecedentes pessoais hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, hiperuricemia, doença renal crónica, fibrilação auricular, insuficiência cardíaca e SAOS, com necessidade de ventilação não-invasiva nocturna no domicílio. Estava acamada há vários anos, por polineuropatia periférica, multifactorial. Durante o internamento, apresentou um agravamento progressivo da função renal por manutenção de múltiplas dejecções líquidas diárias, pelo que foi pesquisada a toxina para Clostridium difficile nas fezes, que foi positiva. Realizou ainda colonoscopia, que revelou pseudo-membranas ao longo de todo o cólon esquerdo, com predomínio no recto , achados típicos de colite pseudomembranosa – visíveis nas imagens. O diagnóstico de colite pseudomembranosa foi confirmado histologicamente. Realizado tratamento com vancomicina oral 125mg de 6/6h durante 10 dias, com melhoria clínica progressiva. Posteriormente, a doente teve recidiva, falecendo por colite fulminante.