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UM CASO DE ARTRITE SÉPTICA PROTÉSICA A STREPTOCOCUS PNEUMONIAE
Doenças infeciosas e parasitárias - E-Poster
Congresso ID: P536 - Resumo ID: 57
Hospital Garcia de Orta
Rita Varudo, Rosa Alves, Ana Marques, Tomás Loureiro, Nuno Geada, Tiago Judas
Introdução: A artrite séptica (AS) por Streptococcus pneumoniae (SP) é relativamente frequente. O atingimento articular ocorre como complicação resultante da bacteriémia pneumocócica que pode ou não ter um foco infecioso primário associado. São raros os casos reportados de infeções protésicas hematogéneas por SP. Com a escassez de dados relativos a infeções protésicas por SP, não existe consenso sobre a melhor estratégia a adotar. Na presença de uma prótese, recomenda-se a remoção cirúrgica, permanecendo incertos os resultados clínicos de uma abordagem conservadora.
Caso clínico: Apresentamos um caso de uma mulher de 82 anos com antecedentes de artroplastia total bilateral do joelho. Foi admitida no serviço de urgência por quadro de prostração e febre. Durante o internamento evidenciou clínica sugestiva de quadro infeccioso com foco pulmonar, tendo sido isolado um Streptococcus pneumoniae em hemoculturas e iniciada antibioterapia dirigida com penicilina. Posteriormente verificou-se agravamento clínico com recrudescimento de febre e presença de sinais inflamatórios a nível do joelho esquerdo. A ecografia articular documentou a existência de aspetos sugestivos de etiologia infecciosa. Realizada artrocentese diagnóstica, com saída de líquido opaco com predomínio de polimorfonucleares, seguida de artrotomia com limpeza cirúrgica. Todos os exames culturais se revelaram negativos. A técnica de reação em cadeia da polimerase permitiu a identificação de SP no líquido sinovial. Tendo em conta o diagnóstico de artrite séptica com artrotomia com retenção da prótese, cumpriu 13 dias de antibioterapia endovenosa após o procedimento e completou esquema com amoxicilina durante um total de seis meses, com resultados clínicos favoráveis após um ano de seguimento.
Discussão: Com o presente caso os autores salientam a importância do isolamento bacteriano na artrite séptica que permite uma terapêutica dirigida eficaz, sendo por vezes necessário um elevado grau de suspeição clínica e técnicas diagnósticas menos convencionais. De igual modo, pretende-se demonstrar o sucesso de uma abordagem terapêutica conservadora na artrite séptica, por Streptococcus pneumoniae com retenção de prótese, que poderá ser importante em doentes selecionados.