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ARTROPATIA - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG088 - Resumo ID: 608
Hospital Senhora da Oliveira Guimarães
Mariana Formigo, Sara Freitas, Glória Alves, Jorge Cotter
Mulher de 72 anos, com diagnóstico prévio de hemocromatose hereditária (homozigótica C282Y) desde 2010 em programa regular de flebotomias, enviada à consulta de Medicina Interna – Doenças Autoimunes por poliartralgias e deformidade das articulações das mãos com 40 anos de evolução sugestivas de Artrite Reumatóide.
Na consulta, a doente referia poliartralgias das articulações do punho, metacarpofalângicas (MCF), interfalângicas proximais (IFP) e distais (IFD) e cotovelos de forma simétrica, sem artrite, com incapacidade nas atividades diárias. Negava outros sinais e sintomas de patologia autoimune.
Apresentava marcadores de inflamação sistémicos e autoimunidade negativos, saturação de transferrina de 31%, ferritina de 51 ng/mL, alfa-fetoproteína negativa e ecografia abdominal sem alterações de relevo. Na radiografia articular apresentava diminuição das interlinhas articulares com anquilose do punho, erosões, esclerose e lesões líticas das MCF e IFP, proliferação óssea das MCF e IFD; a nível do cotovelo apresentava diminuição da amplitude das articulações com esclerose, edema periarticular e proliferação óssea.
Dados os antecedentes da doente, autoimunidade negativa e ausência de sinais inflamatórios clínicos ou analíticos, firmou-se o diagnóstico de artropatia de hemocromatose. Optou-se por não introduzir terapêutica modificadora de doença dada a sua hepatotoxicidade. Iniciou colchicina 0,5 mg 2id e naproxeno 500 mg id com melhoria das queixas álgicas.