NEUROSSIFILIS – O PODER DO OLHO CLÍNICO
Doenças infeciosas e parasitárias - E-Poster
Congresso ID: P429 - Resumo ID: 617
Centro Hospitalar Médio Tejo
Catarina Medeiros, Telma Elias, Nataliya Nedzelsaka, Rita Serras Jorge, Fátima Pimenta
As convulsões são alterações súbitas do comportamento, causadas por alterações elétricas da rede neuronal no córtex cerebral. Estima-se que afeta cerca de 8-10% da população ao longo da vida. Virtualmente qualquer agressão ao cérebro pode causar convulsões agudas sintomáticas. A avaliação inicial deverá abranger história clínica detalhada, exames laboratoriais e exames de imagem cerebral. Sempre que se suspeite de causa infecciosa deverá ser realizada punção lombar.
Apresentamos o caso de um homem, de 58 anos, VIH negativo , trazido ao serviço de urgência por crise convulsiva tónico-clónica generalizada. Ao exame objetivo apresentava-se agitado, olhar conjugado para a esquerda, pupilas não reativas e anisocória, com hemiparésia esquerda e Sinal de Babinsky presente à esquerda. Nos exames complementares realizados, analiticamente apresentava apenas discreto aumento da creatinaquinase. Na tomografia craneo-encefálica mostrava hipodensidade cortico-subcortical temporo-polares bilaterais de difícil valorização. Realizou-se punção lombar com saída de líquido cefalorraquidiano (LCR) com 30 leucócitos, com predomínio de linfócitos e proteinorráquia (117 mg/dL). Com a colaboração do doente foi possível verificar que apresentava pupilas de Argyll Robertson. Posteriormente, verificaram-se testes treponémicos e não treponémicos positivos no sangue, tendo iniciado terapêutica com penicilina com boa resposta. Mais tarde ambos os testes foram positivos também no LCR.
A Sífilis é causada pela infeção por Treponema pallidum. Com grande variabilidade de apresentações e período de latência, o seu diagnóstico exige elevado grau de suspeição. O diagnóstico de Neurossífilis requer a avaliação do LCR, sendo que a positividade dos testes treponémicos e não treponémicos fazem o diagnóstico. No entanto, devemos ter em consideração que a sua negatividade não o excluí. As manifestações neurológicas podem ocorrer durante qualquer fase da doença. A presença de pupilas de Argyll Robertson é altamente sugestiva de Sífilis terciária.
Apresentamos o caso de um homem, de 58 anos, VIH negativo , trazido ao serviço de urgência por crise convulsiva tónico-clónica generalizada. Ao exame objetivo apresentava-se agitado, olhar conjugado para a esquerda, pupilas não reativas e anisocória, com hemiparésia esquerda e Sinal de Babinsky presente à esquerda. Nos exames complementares realizados, analiticamente apresentava apenas discreto aumento da creatinaquinase. Na tomografia craneo-encefálica mostrava hipodensidade cortico-subcortical temporo-polares bilaterais de difícil valorização. Realizou-se punção lombar com saída de líquido cefalorraquidiano (LCR) com 30 leucócitos, com predomínio de linfócitos e proteinorráquia (117 mg/dL). Com a colaboração do doente foi possível verificar que apresentava pupilas de Argyll Robertson. Posteriormente, verificaram-se testes treponémicos e não treponémicos positivos no sangue, tendo iniciado terapêutica com penicilina com boa resposta. Mais tarde ambos os testes foram positivos também no LCR.
A Sífilis é causada pela infeção por Treponema pallidum. Com grande variabilidade de apresentações e período de latência, o seu diagnóstico exige elevado grau de suspeição. O diagnóstico de Neurossífilis requer a avaliação do LCR, sendo que a positividade dos testes treponémicos e não treponémicos fazem o diagnóstico. No entanto, devemos ter em consideração que a sua negatividade não o excluí. As manifestações neurológicas podem ocorrer durante qualquer fase da doença. A presença de pupilas de Argyll Robertson é altamente sugestiva de Sífilis terciária.