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METÁSTASE CARDÍACA – UM ACHADO INESPERADO EM DOENTE COM TUMOR VESICAL PRIMÁRIO
Doenças cardiovasculares - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG005 - Resumo ID: 60
Unidade Local de Saúde de Matosinhos Hospital Pedro Hispano
Sofia Monteiro, Nuno Moreno, Luísa Guerreiro, Cristina Gavina
Homem de 65 anos, antecedentes de doença pulmonar crónica, admitido por insuficiência respiratória crónica agudizada e fibrilhação auricular de idade indeterminada com resposta ventricular rápida. Neste contexto foi realizado um ecocardiograma TT que revelou (Figura 1A) uma massa infiltrativa ao nível do septo interauricular de grandes dimensões (4.5x4cm), com extensão para a raíz da aorta e aurícula esquerda, sem envolvimento das veias cavas. Função sistólica bi-ventricular conservada, com ligeiro derrame pericárdico circunferencial. Em ritmo sinusal o ECG mostrava alterações inespecíficas do segmento ST. Complementado o estudo com ecocardiograma TE (Figura 1B,C,D) que confirmou as características da massa, identificando-se adjacente a esta, uma massa pediculada, na aurícula esquerda, móvel, heterogénea, com zonas anecoicas e doppler cor no seu interior, de 3x2cm, sem condicionar obstrução do fluxo transmitral. Sem evidência de invasão das veias pulmonares ou outras massas intracavitárias.
O TAC toraco-abdomino-pélvico revelou uma volumosa massa parietal na vertente lateral da bexiga e várias lesões compatíveis com metastização difusa, incluindo a massa no septo interauricular (Figura 2E,F). Evolução desfavorável rápida com óbito por disfunção multiorgânica, não tendo sido possível obter histologia das massas. Dado o contexto, a massa intracardíaca foi assumida como provável metástase de tumor vesical primário.
Os tumores do pulmão, mama e hematológicos são os que mais frequentemente metastizam para o coração, as manifestações clínicas dependem da localização. O envolvimento por tumores vesicais é raro, estando apenas descrito numa série de pesquisa post mortem, que descreve 3.9% metástases cardíacas de carcinomas uroteliais.
Os autores pretendem apresentar um achado raro ilustrando que embora muitas vezes clinicamente silenciosas, na presença de uma neoplasia, as metástases cardíacas merecem consideração na presença sintomas ou sinais cardíacos de novo.