23

24

25

26
 
MEDICINA INTERNA E INTERNAMENTO NUM HOSPITAL TERCIÁRIO.
Organização e gestão / novas formas de cuidados - Comunicação
Congresso ID: CO146 - Resumo ID: 635
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho
Gabriel Atanásio, Pedro Magalhães, Ema Neto, Filipa Sousa, Tiago Fernandes, Rafaela Veríssimo, Agripino Oliveira
Introdução: Fruto da evolução dos cuidados de saúde prestados e de uma transição demográfica em curso observa-se uma mudança do perfil de internamento nos hospitais. Passou-se do foco das doenças infeciosas para a agudização das doenças crónicas.
Objetivos: Identificar o perfil clínico-epidemiológico do doente internado nos diferentes serviços e compará-lo com a Medicina Interna (MI).
Métodos: Realizou-se um estudo transversal, retrospetivo, do internamento no ano 2016. Foram registadas características demográficas, epidemiológicas e clínicas. Os métodos estatísticos utilizados foram o teste da mediana e o risco relativo (RR) para valor p< 0,05.
Resultados: Foram selecionados aleatoriamente 10656 casos, metade dos episódios de internamento, com mediana da idade de 66 anos e com 54.1% de mulheres. O grupo etário com idade maior ou igual a 65 anos correspondia a 53.2% da amostra e com idade maior ou igual a 75 a 33%. A co-morbilidade mais frequente foi a Hipertensão arterial, presente em 55.6% dos casos, sendo que em 70.9% havia multi-comorbilidade. Houve 17.5% dos episódios na medicina interna. Comparando a MI com os restantes serviços, verificou-se diferenças na mediana da idade-79 versus 63 anos, na mediana da demora média - 10 versus 4 dias, no grau de dependência - 65.4% versus 18.7% (RR= 3.5), na multi-comorbilidade - 92.6% versus 69.3% (RR= 1.3) , na polifarmácia - 80.7% versus 59.7% (RR= 1.3) e a maior diferença do RR (5.6) -8.1% versus 1.4%- verificou-se no grupo de diagnóstico de infeção. A mortalidade global intra-hospitalar foi de 7.2%, sendo que na MI foi de 17.9% e nos restantes internamentos de 4.9% com RR= 3.6.
Conclusões: Na admissão ao internamento hospitalar predomina o idoso e 1/3 dos episódios tem idade maior ou igual a 75 anos. A medicina interna é a disciplina que maioritariamente utiliza o internamento e admite fundamentalmente o grupo etário do idoso com elevada percentagem de doentes dependentes, pluripatológicos e plurimedicados.
Impacto: A MI deverá estar no centro da decisão na assistência aos episódios de internamento do doente idoso com patologia crónica e multimedicado. Responder a estes doentes exige uma resposta integrada, baseada em equipas multidisciplinares, que promoverão cuidados individualizados a cada doente.