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ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE E ASSOCIAÇÕES POUCO FREQUENTES
Doenças hematológicas - E-Poster
Congresso ID: P373 - Resumo ID: 672
Hospital Infante D. Pedro, Centro Hospitalar do Baixo Vouga
Tiago Rabadão; Teresa Mota; Ana Araújo; Maria José Moreira; Rosa Jorge
INTRODUÇÃO: Os sinais e sintomas da anemia hemolítica autoimune são inespecíficos e comuns a todos os tipos de anemia. A sua abordagem requer a investigação etiológica, nomeadamente fármacos, infecções, doenças autoimunes e neoplasias.
CASO CLÍNICO: Mulher de 83 anos, admitida por astenia e dispneia para médios esforços com 1 mês de evolução; negava anorexia, perda ponderal, febre, perdas hemáticas, alterações do trânsito gastrointestinal ou outras queixas. Antecedentes pessoais de insuficiência cardíaca em classe III da NYHA, síndrome metabólica, bronquite crónica e demência; medicada com furosemida 40mg 2id, carvedilol 6,25mg id, aminofilina 112,5mg 2id, rosuvastatina 10mg id, fenofibrato 267mg id, alopurinol 150mg id, pantoprazol 20mg id, ácido fólico 5mg id, escitalopram 10mg id e rivastigmina 4,6mg/24h. Ao exame objectivo, palidez mucocutânea e sem outras alterações. Analiticamente: hemoglobina: 6,8g/dL; VGM: 111fL; plaquetas: 547x109/L; VS: 150mm/h; esfregaço de sangue com esferócitos; reticulócitos: 32,9%; LDH: 529 U/L; bilirrubina total: 3,63mg/dL (indirecta: 1,81mg/dL); haptoglobina: <10mg/dL; Teste de Antiglutinina Directo: positivo (IgG); ß2-microglobulina: 5630ng/mL; restante estudo, incluindo doseamentos de ácido fólico e vitamina B12, ácido úrico, proteinograma electroforético e estudo autoimune sem alterações; serologias dos Vírus da Imunodeficiência Humana, Hepatite B e C, Epstein-Barr, Citomegalovírus e de Mycoplasma pneumoniae, negativas. Ecografia abdominal sem alterações. Diagnosticada anemia hemolítica autoimune, tendo iniciado corticoterapia 1mg/kg/dia. Ao segundo dia de internamento, diagnosticada tromboembolia pulmonar segmentar do lobo superior esquerdo, pelo que iniciou hipocoagulação. Realizou estudo da medula óssea com mielograma e biópsia óssea, sugestivo de síndrome mielodisplásico. Realizou ainda colonoscopia e endoscopia digestiva alta, sem evidência de lesões suspeitas. Teve alta ao 30º dia, mantendo seguimento em Consulta de Hematologia.
DISCUSSÃO: O caso assumiu particular interesse pela associação pouco comum da anemia hemolítica com o síndrome mielodisplásico e por evidenciar uma potencial complicação desta entidade clínica, a tromboembolia pulmonar.