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QUANDO O SANGUE CLAUDICA O OSSO É QUE PAGA
Doenças hematológicas - Comunicação
Congresso ID: CO089 - Resumo ID: 685
ULS Guarda, hospital Sousa Martins, Medicina Interna
Vasco Neves, Pedro Ventura, Rodrigo Alves, Ana Moreira, Jorcélio Vicente, Maria Pacheco, João Correia
Medulograma é um exame de inquestionável importância na pratica clinica do internista, nomeadamente para o diagnóstico etiológico de alterações hematológicas, megalias, febre de origem desconhecida e doenças de armazenamento/infiltrativas; permite ainda estadiar distúrbios hemato-oncologicos.

A casuística em causa tem como objectivo aferir as principais suspeitas diagnósticas que motivam a solicitação de estudo medular, e em que ponto do estudo/doença os mesmos são solicitados; assim como perceber a prevalência das doenças hematológicas.

Para se levar o estudo a bom porto, realizados uma analise retrospectiva dos estudos medulares realizados durante todo o 2017, no nosso hospital, em âmbito de internamento e consulta, com recurso a consulta de processo. Analise estatística feita com recurso a spss.

Da análises dos mesmo destacou que foram realizados 139 exames, com 65% em consulta. A idade média foi de 70,4 anos, com 55,4% de mulheres. As citopenias representam o principal motivo de solicitação do exame, seguidas das citoses, estudo diagnóstico de gamapatias, estadiamento de doença hemato-oncologicas e estudo etiológico de megalias. Em cerca de 21% dos casos o medulograma foi relatado como normal. O grupo diagnóstico mais frequente foi o das gamapatias, seguido por síndromes linfoproliferativos, a par com síndromes mieloproliferativos. Os mielodisplasicos ocuparam o 4 dignóstico patológico mais frequente. Em 41% dos casos, verificou-se conformidade entre suspeita inicial e o resultado do medulograma e, surpreendentemente, somente em cerca de 39% houve conformidade entre o resultado do medulograma versus imunofenotipagem. Igualmente de espantar é o facto de a elevada percentagem de exames descritos como sem grumos e/ou com má qualidade.

Sumariamente, a casuística em causa, permitiu-nos destacar, desde logo, a idade média avançada dos examinados, o que poderá reflectir-se no elevado numero de gamapatias diagnosticadas. O facto de 21% dos relatos serem normais levanta o véu sobre a pertinência da solicitação do medulograma. De referir ainda, a elevada percentagem de medulogramas rotulados como sem grumos/inconclusivos. Por ultimo, levanta a questão de a conformidade suspeita/resultado ser ou não satisfatória.