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“APENAS UMA DERMATITE DE ESTASE ?” - IMAGEM SARCOMA DE KAPOSI CLÁSSICO
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG006 - Resumo ID: 66
1Serviço de Medicina Interna ULSAM; 2Serviço de Dermatologia ULSAM
Joana Couto1, Luís Pontes dos Santos1, José Carvalho1, Raquel López1, Carlos Ribeiro1, Miguel Horta2, Diana Guerra1
Mulher, 89 anos. Antecedentes de insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e insuficiência venosa periférica.
Recorreu ao Serviço de Urgência por progressão topográfica de lesões maculopapulares de cor violácea presentes nos membros inferiores com 6 meses de evolução e edema simétrico dos membros inferiores até ao joelho, com 2-3 semanas de duração e sinal godet positivo. Alterações previamente consideradas em contexto dermatite de estase por insuficiência cardíaca descompensada e insuficiência venosa. Observada inicialmente por Cirurgia Geral, que após exclusão da hipótese de celulite, transferiu a doente para Medicina Interna por provável dermatite de estase. À observação por Medicina Interna, imagem compatível com Sarcoma de Kaposi (SK) Figura A, B e C com atingimento dos membros inferiores. Foi orientada para Consulta Externa de Dermatologia, onde após biópsia de lesões (proliferação de células fusiformes e fendas vasculares e o estudo imunohistoquímico, CD34+ positivo, marcador das células fusiformes, que são as células endoteliais alteradas pelo HHV8) se confirmou diagnóstico de SK clássico.
O SK é um distúrbio angioproliferativo que se divide em 4 tipos: Clássico (associado ao Herpes vírus humano 8 – HHV8, em homens idosos na bacia do Mediterrâneo), Epidémico (associado ao VIH), Endémico (indígenas da África Subsaariana), Iatrogénico (transplantes e fármacos imunossupressores). O de etiologia clássica é indolente com atingimento cutâneo (máculas violáceas na porção distal dos membros inferiores e progridem muito lentamente evoluindo para nódulos, placas e lesões tumorais) e raramente com envolvimento visceral. É possível evitar a progressão da doença iniciando tratamento com excisão cirúrgica, crioterapia e radioterapia nas lesões locais como o apresentado neste caso. O diagnóstico precoce permite diminuir as complicações da doença.