23

24

25

26
 
À SEGUNDA (EDA) É DE VEZ
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG095 - Resumo ID: 690
Hospital de Vila Franca de Xira - Serviço de Medicina Interna
Ana Isabel Oliveira, Patrícia Ramos, Marta Quaresma, Sofia Cruz, Ana Nunes, Ana Pidal, Ana Palricas, José Barata
Relata-se o caso duma doente de 67 anos, com antecedentes de Hipertensão Arterial, Enfarte Agudo do Miocárdio, Depressão e hábitos tabágicos (40 unidades maço ano). Com antecedente familiar relevante de neoplasia intestinal do avô paterno.
Recorreu ao serviço de urgência por anorexia, perda de peso, dispepsia, náuseas e dor abdominal inespecífica, com evolução de cerca de dois meses.
À observação destaca-se pele e mucosas pálidas; adenomegalia supraclavicular esquerda; palpação abdominal com massa de consistência dura na região epigástrica, de limites pouco definidos, esplenomegalia até à região supra-umbilical, com consistência aumentada e nodular, fígado palpável abaixo da grelha costal direita de consistência homogénea. A percussão abdominal apresentava macicez em todos os quadrantes, sem defesa. Analiticamente anemia (Hb 5,6g/dL) microcítica hipocrómica, sem outras alterações.
Ecografia abdominal com volumosa esplenomegalia e presença de adenopatias retroperitoneais, envolvendo o espaço adjacente aos grandes vasos abdominais e inter-aórtico-cavo.
Efetuou Endoscopia digestiva alta (EDA) com achados de gastropatia eritematosa.
A Tomografia Computorizada (TC) Toraco-abdomino-pélvica revelou volumoso tumor invasivo a envolver o fundo e o corpo do estômago, o baço e possivelmente o pâncreas, associado a metastização ganglionar, eventual metastização hepática e provável extensão transdiafragmática do hemitórax esquerdo.
Pelos achados da TC e a suspeita que a gastropatia eritematosa pudesse ser manifestação neoplásica, repetiu EDA, após 6 dias, a qual documentou fundo com grande lesão vegetante ulcerada, cuja histologia revelou Linfoma não Hodgkin B de células grandes.
Neste caso pretende-se ressaltar a relevância dos achados clínicos para a suspeita e encaminhamento diagnóstico. Foi pedida, inicialmente EDA, cujo resultado pouco suspeito viria a levar à requisição de TC e, posteriormente, nova EDA que revelaria achados discordantes e permitiu o diagnóstico final.