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ASAS EM BORBOLETA OU HEMORRAGIA ALVEOLAR?
Doenças cardiovasculares - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG104 - Resumo ID: 727
Hospital de Braga
Carla Marques Pires, Sandra I. Correia, Isabel M. Eira, Renata Carvalho, George Chiriac, Cindy Tribuna, Cristina Ângela, Carlos Capela
Homem de 69 anos com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca (IC) e artrite reumatóide (AR) medicada com sulfassalazina, como antecedentes de relevo.
Foi internado em Medicina Interna a 15 de Abril por retorragias diárias com 1 mês de evolução associado a dispneia para esforços progressivamente menores, ortopneia, tosse seca noturna e edemas bilaterais dos membros inferiores (MI) até à raiz da coxa, a condicionar a marcha. Analiticamente com anemia normocítica, lesão renal aguda, ligeira trombocitopenia e estudo de coagulação normal. Gasometria sem insuficiência respiratória. O eletrocardiograma evidenciou fibrilhação auricular de novo com CHA2Ds2VASc de 3, não hipocoagulada, face à anemia com necessidade de suporte transfusional e às retorragias diárias. A radiografia pulmonar evidenciava congestão pulmonar com derrame pleural bilateral.
Durante o internamento foi avaliado por Gastroenterologia que diagnosticou patologia hemorroidária submetida a laqueação, com diminuição progressiva das retorragias desde essa data. Adicionalmente, por possível toxicidade medular e hepática foi suspensa a sulfassalazina e iniciada corticoterapia para controlo da AR.
No 10º dia de internamente agravamento clínico, com dispneia em repouso e intolerância ao decúbito, episódio isolado de hemoptises, crepitações dispersas na auscultação. Analiticamente insuficiência respiratória tipo 1 e lesão renal aguda, sem queda de hemoglobina associada. O doente realizou uma tomografia computorizada de alta resolução que evidenciou uma densificação em vidro despolido com distribuição simétrica bilateral associado a derrame pleural. Caso com discussão multidisciplinar (medicina interna, radiologia e pneumologia) face à dúvida entre descompensação da IC ou hemorragia alveolar. A clínica e os antecedentes associados a ausência de queda de hemoglobina, tornaram mais plausível a hipótese de descompensação da IC, sendo que se observou uma resposta favorável após otimização terapêutica.