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CASUÍSTICA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NUM INTERNAMENTO DE MEDICINA INTERNA
Doenças cardiovasculares - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO017 - Resumo ID: 730
Hospital de Braga
Carla Marques Pires, Sandra I. Correia, Isabel M. Eira, Renata Carvalho, Cindy Tribuna, Cristina Ângela, Carlos Capela
INTRODUÇÃO
A Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica frequente cuja prevalência está a aumentar a par do envelhecimento populacional. O seu desenvolvimento decorre de qualquer alteração funcional e estrutural que comprometa a função sistólica e/ou diastólica cardíaca.

OBJETIVOS
Classificação da IC nos doentes internado no Serviço de Medicina Interna (MI); determinação da interligação com os múltiplos fatores de risco cardiovascular e do seu impacto no tempo de internamento e na mortalidade intra-hospitalar.

MÉTODOS
Estudo retrospetivo que incluiu os doente internados ao cuidado da equipa médica de Janeiro de 2018 a Setembro de 2018. Os doentes com IC foram investigados quanto a coexistência de fatores de risco cardiovascular e classificados, clinicamente, pela fração de ejeção (Fej) e funcionalmente pela classificação de New York Heart Association (NYHA).

RESULTADOS
Dos 197 doentes internados no Serviço de MI 89 (45,2%) tinham IC, dos quais 38,2% eram do género masculino e 61,8% eram do género feminino. A idade média foi de 81,87 anos.
Face ao baixo número de recursos técnicos e humanos, transversal aos hospitais de todo o país, constatou-se que apenas 30,3% fizeram ecocardiograma de avaliação durante o internamento.
No âmbito da classificação funcional, referente à limitação da atividade física, numa fase não descompensada, verificou-se que apenas 25,9% eram incluídos na classe III e IV de NYHA. Na classificação clínica, constatou-se que 60,7% apresentavam IC de Fej preservada, 9% apresentavam Fej intermédia, 25,8% apresentavam Fej reduzida e 4,5% não estavam estratificados (sem ecocardiograma prévio ou durante o internamento).
Em relação à coexistência de fatores de risco cardiovascular, constatou-se que 86,5% apresentavam hipertensão arterial, 57,3% fibrilhação auricular, 56,2% excesso de peso/obesidade, 50,6% dislipidemia, 41,47% diabetes Mellitus, 16,9% tinham consumos exagerados de álcool e 11,2% eram fumadores.
Adicionalmente verificou-se que 50% dos doentes com IC de Fej reduzida apresentavam ferropenia e fizeram suplementação de ferro adequada.
Em acréscimo constatou-se que a média do tempo de internamento foi de 12,4 dias em oposição com os 11,8 dias observados no total de doentes internados. No âmbito da mortalidade intra-hospitalar obteve-se uma taxa de 15,7% superior aos 13,7% do total dos doentes internados.

CONCLUSÕES:
Em suma verificou-se que a IC contribuiu para a mortalidade e morbilidade de uma grande percentagem dos doentes internados, portanto é fundamental saber diagnosticar, classificar e tratar adequadamente. Um esforço adicional é essencial para que todos sejam estratificados e que a terapêutica modificadora de prognóstico seja iniciada e otimizada nos doentes com IC de Fej reduzida. Contudo, nas enfermarias de MI observa-se o importante papel da IC Fej preservada (60,7%), sendo importante realçar as limitações na abordagem terapêutica, face à escassez de opções modificadoras de prognóstico.