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PLASMAFERESE NO TRATAMENTO DA HIPERTRIGLICERIDEMIA
Doenças digestivas e pancreáticas - E-Poster
Congresso ID: P232 - Resumo ID: 741
Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Clínica Universitária de Medicina Interna, FMUC
Sofia Gomes Brazão, António Aragão, Manuel Teixeira Verissimo, Armando Carvalho
INTRODUÇÃO: A dislipidemia é um fator de risco que contribui para o aparecimento de várias patologias, sendo muitas vezes secundária ao estilo de vida. A hipertrigliceridemia grave (HTG) (triglicerídeos (TG)>1000 mg/dl é a terceira causa de pancreatite aguda e, por vezes, uma dieta restrita associada à administração de agentes hipolipemiantes não são suficientes na sua prevenção.
CASO CLÍNICO: Homem de 37 anos recorreu ao Serviço de urgência por dor abdominal epigástrica, enfartamento precoce e anorexia com perda de 10Kg em 2 meses. Tratava-se de um homem obeso, sedentário, com consumo excessivo de álcool (102g/dia) e dieta hipercalórica, com antecedente de gastrite crónica, hipertensão arterial e dislipidemia não medicada. À admissão encontrava-se apirético, hemodinamicamente estável, com escleróticas ictéricas e dor intensa à palpação epigástrica, sem defesa. Analiticamente apresentava Colesterol Total: 906 mg/dL, LDL: 29 mg/dL, HDL: 72 mg/dL, Triglicéridos: 5272 mg/dL (212 mg/dL em 2007), Bilirrubina total: 3.1 mg/dL, AST: 647 U/L, ALT: 205 U/L, GGT: 1809 U/L, Fosfatase alcalina: 84 U/L, Amilase: 51 U/L, Lipase: 712 U/L, PCR: 6,97 mg/dL. Estudo lipídico: Apolipoproteína A1: 77 (110 - 205), Apolipoproteína B100: 153 mg/dL (55 - 140), Relação Apo B100/Apo A1: 1.99 mg/dL (0.35 - 1.00), ApoE: 59.5 (2.3-6.3) mg/dL. Ecografia abdominal: Fígado com dimensões aumentadas com esteatose hepática, sem outras alterações. Por pancreatite por hipertrigliceridemia grave, realizou plasmaferese com melhoria franca dos valores analíticos e sem necessidade de nova sessão. Teve alta medicado com fenofibrato e estatina. Três meses depois, na consulta de seguimento, o doente tinha reduzido o peso, melhorado os seus hábitos alimentares, iniciado a prática regular de exercício físico e apresentava normalização do perfil lipídico.
CONCLUSÃO A plasmaferese é um processo de filtração que atua como adjuvante terapêutico. Esta técnica remove até 15% do plasma que é substituído por uma solução colóide, levando à redução dos triglicéridos e prevenindo o aparecimento de futuras pancreatites. Os autores relatam um caso em que a plasmaferese precoce pode ser benéfica e até “life-saving” em doentes com pancreatite aguda por hipertrigliceridemia grave