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UMA REALIDADE AINDA PRESENTE – BACILO DE KOCH
Doenças respiratórias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG110 - Resumo ID: 770
Hospital José Joaquim Fernandes, Beja
Paulo César, Pedro Fortes, Catarina Graça, Vera Guerreiro, José Vaz
INTRODUÇÃO: Homem de 53 anos de idade, trabalhador metalúrgico, que recorreu ao SU por dispneia e cansaço fácil, com cerca de 3 meses. Apresentava tosse produtiva, expetoração mucopurulenta e uma perda ponderal de cerca de 10kg. História pessoal de DPOC, ex-fumador há cerca de 3 meses (105 UMA’s), e de consumo excessivo de álcool (100g/dia). Negava febre, hemoptises, sudorese noturna, viagens recentes, contacto com animais ou pessoas com sintomatologia semelhante.
Ao exame objetivo, encontrava-se polipneico em repouso e à auscultação pulmonar com murmúrio vesicular rude e roncos dispersos bilateralmente. Análises com: elevação dos parâmetros inflamatórios (Leucocitose de 17600x106/L com neutrofilia de 81.3%, VS de 59mm/lh, PCR de 15.4mg/dL). A radiografia de Tórax (figura 1) revelava um padrão reticulo-nodular difuso bilateral e aparente lesão cavitada no apéx direito. A TC Tórax (figura 2 e 3) demonstrava um padrão de enfisema pulmonar bilateral, no segmento apical do lobo superior do pulmão direito e também à esquerda, presença de imagens cavitadas, com paredes ligeiramente anfractuosas, sem imagem de nível intra-lesional com hiperdensidade envolvente. Efetuou-se colheita de expetoração e foi internado com sob isolamento respiratório. A baciloscopia auramina-rodamina revelou-se positiva e iniciou-se tratamento tuberculostático. Posteriormente, as culturas de expetoração isolaram Mycobacterium tuberculosis complex multissensível. Durante o internamento articulou-se com a equipa comunitária, as condições necessárias para o cumprimento da terapêutica e teve alta com seguimento em Consulta de Pneumologia.
A tuberculose representa ainda um problema de saúde pública. Deve suspeitar-se nos doentes com queixas de tosse com mais de 2 semanas de evolução, febre, adenopatias, sudorese noturna ou perda ponderal. A variabilidade de sinais e sintomas é possível. A abordagem deve ser articulada entre os cuidados saúde primários e hospitalares.