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ANÁLISE DE CUSTO-EFECTIVDADE DE APIXABANO VERSUS EDOXABANO NA PREVENÇÃO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM DOENTES PORTUGUESES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NÃO VALVULAR
Doenças cardiovasculares - Comunicação
Congresso ID: CO163 - Resumo ID: 796
Bristol-Myers Squibb & Pfizer
Diana Alves, Mónica Inês, Carlos Polanco, Fernando Andrés-Nogales, Patricia Ruiz
Introdução
A fibrilhação auricular não valvular (FANV) é umas das causas mais frequentes de arritmia cardíaca e a maior responsável por acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e eventos tromboembólicos. Apesar das orientações clínicas Europeias recomendarem a utilização de terapêutica anticoagulante em doentes com FANV como medida de prevenção das complicações associadas, muitos destes doentes não cumprem essas recomendações. O edoxabano foi aprovado recentemente para esta indicação. Considerando as diferentes opções disponíveis, verifica-se a necessidade de evidência acerca da eficiência do tratamento anticoagulante nestes doentes.
Objetivo
Avaliar a razão de custo-efetividade de apixabano versus edoxabano na prevenção de AVC em doentes com FANV, em Portugal.
Material e Métodos
Um modelo de Markov previamente desenvolvido com 10 estados de saúde foi customizado para estimar resultados económicos e clínicos ao longo da vida, em ciclos de 6 semanas. As características da população com FANV foram obtidas a partir do estudo clínico de apixabano, ARISTOTLE. Os dados de eficácia (taxa de eventos clínicos por 100 doentes-ano) e de segurança foram obtidos a partir de comparações indiretas pelo método de Bucher, que incluiu dados dos estudos ARISTOTLE e ENGAGE-AF com grupo controlo de varfarina. Foi considerada a perspectiva do Serviço Nacional de Saúde Português (SNS), tendo sido incluídos os custos dos medicamentos (PVP, incluindo IVA e comparticipação de 69%) de acordo com as dosagens aprovadas no RCM (apixabano: 10 mg/dia [5 mg duas vez/dia], edoxabano: 60 mg/dia), os custos das complicações e os custos do tratamento agudo e a longo prazo da doença - obtidos a partir de bases de dados nacionais (€, 2019). Os custos e consequências foram atualizados a uma taxa de 5%. Foram obtidas as razões de custo-utilidade/custo-efetividade (ICUR/ICER) para o apixabano versus edoxabano. Foi efectuada uma análise de sensibilidade para avaliar a robustez dos resultados do modelo.
Resultados
Numa coorte de 1.000 doentes, o tratamento com apixabano evitará 6 AVCs isquémicos, 1 hemorragia intracraniana, 2 enfartes agudos do miocárdio, 7 hemorragias major e 29 hemorragias clinicamente relevantes não major, quando comparado com o edoxabano.
O apixabano beneficiá mais 0,045 anos de vida ganhos (LYG) e mais 0,034 anos de vida ganhos ajustados pela qualidade (QALY), quando comparado com o edoxabano. O custo incremental de apixabano versus edoxabano por doente com FANV será de 25,28€. Da perspectiva do SNS, o ICER e o ICUR de apixabano versus edoxabano foi de 557,36€ por LYG e 739,64€ por QALY, respetivamente. A análise probabilística mostrou uma probabilidade de 77% e de 79% do apixabano ser custo-efetivo quando considerados os limites de 20.000€/QALY e 30.000€/QALY, respetivamente.
Conclusões
De acordo com os resultados deste modelo, o apixabano comparado com o edoxabano pode ser considerado uma alternativa custo-efetiva na prevenção de AVC em doentes com FANV, em Portugal.