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OS PRIMEIROS 12 MESES DE UMA CONSULTA DE HIPERTENSÃO DE UM HOSPITAL DISTRITAL
Doenças cardiovasculares - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO013 - Resumo ID: 797
Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano,Serviço de Medicina Interna, Santiago do Cacém, Portugal
Rui Seixas, João Gamito Lopes, Armindo Ribeiro, José Sousa e Costa
Introdução: Como doença crónica, a Hipertensão Arterial (HTA) apresenta uma prevalência nacional crescente (26,9%), sendo um dos principais alvos terapêuticos para o controlo e prevenção das Doenças Cardiovasculares.

Objetivos: Caracterização epidemiológica de uma população periférica acompanhada pela primeira vez numa consulta de hipertensão de um hospital distrital ao longo de 12 meses.

Material e Métodos: Estudo coorte retrospetivo entre 2017 e 2018, incluídos doentes referenciados à consulta de HTA. Excluídos doentes que abandonaram a consulta.

Resultados: Foram incluídos 35 doentes, todos caucasianos. 51.42% homens e 48.58% mulheres, com idade média de 54.2 anos (DP: 16.6) e mediana 54.5 anos (IQR: 22.75). 45.71% referenciados para estudo de HTA secundária e 54.29% por HTA resistente e não controlada. Na primeira avaliação com Pressão Arterial Sistólica (PAS) média de 155.8 milímetros de mercúrio (mmHg), e um ano após com redução para 136.4 mmHg (p < 0.05, IC 95%). O número médio de fármacos anti-hipertensores na primeira consulta era 2.66, e no final do primeiro ano era 2.69 (p > 0.05, IC 95%) com maior prescrição de Inibidores de Enzima de Conversão de Angiotensina (48.57% vs. 65.71%) e de diuréticos (65.71% vs. 71.42%), e menor prescrição de Antagonistas do Recetor da Angiotensina II (28.57% vs. 17.14%). Identificadas causas de HTA secundária: Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (31.5%), com predomínio nos homens (54.5%); Hiperaldosteronismo Primário (2.85%); Feocromocitoma (2.85%); Síndrome ACTH-Independente (2.85%); Estenose da Artéria Renal (2.85%) e Hiperparatiroidismo Primário (2.85%). Diagnóstico de Síndrome Metabólico em 31.5% dos casos, com predomínio nas mulheres (54.5%), sendo este um fator predisponente para o desenvolvimento de HTA. 50.25% dos casos referenciados para estudo de HTA secundária continuam o estudo etiológico, não se podendo excluir causa idiopática, uma vez que esta continua a ser responsável por 90% dos casos de HTA.

Conclusões: A prevalência dos fatores de risco cardiovascular, nomeadamente a HTA, tem aumentado significativamente e a região abrangida por esta consulta segue a mesma tendência. Torna-se imprescindível uma consulta de HTA num hospital distrital para estudo e acompanhamento dos doentes de uma região periférica e com as limitações inerentes a esse estatuto. No seu primeiro ano de existência, a consulta de HTA justifica-se quer pela significativa diminuição da PAS quer por identificação de causas secundárias, prevenindo assim eventos cardiovasculares.