Natália Nunes Teixeira, Marta Cerol, Ana Rita Paulos, Margarida Cabrita
Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) está intimamente associada a doença cardiovascular (CV) que constitui um enorme desafio considerando a prevalência, os recursos que mobiliza para o tratamento e morbilidades inerentes. As complicações macrovasculares continuam a ser uma das causas de morte mais comuns.
Objetivos: Caracterização do perfil colesterolemico num grupo de doentes com DM, analise do risco CV e estratégias terapêuticas.
Métodos: Estudo retrospectivo, dos doentes com DM, seguidos em consulta de Diabetologia no ano de 2017. Os dados foram recolhidos entre a primeira e a última consulta realizadas no período referido, através do SClinico e a analise estatística realizada em Excel.
Resultados: O número total de doentes observados foi 108. O tempo medio de doença foi de 17 anos, o sexo masculino predomina (51%), a faixa etária mais frequente situava-se nos 61-70 anos, com idade média de 64.5anos e 87% eram diabéticos tipo 2. A hemoglobina A1C media era de 8%, e cerca de 56% dos doentes eram obesos. Presença de hipertensão arterial em 76,4%, dislipidemia em 61,4%, sedentarismo em 38,7% e tabagismo em 8,7% dos casos. Relativamente aos níveis de colesterol LDL, 81,4% tinham valores >70 mg/dl e 78,3% apresentavam HDL <60 mg/dl. A media do risco cardiovascular global (RCVG) conforme o ASCVD risk score era elevada em 31,2%. 62% faziam estatinas, 87,4% terapêutica anti-hipertensora, 39,8% antiagregação plaquetaria e 7,6% hipocoagulação oral. Das estatinas mais prescritas predomina a sinvastatina, seguida da atorvastatina. Nas complicações macrovasculares a mais frequente foi doença coronoria (42,03%), seguida da arteriopatia periferica (19.27%) e da doença vascular cerebral (13,68%).
Conclusão: Face aos resultados obtidos deveria ser otimizada e intensificada a terapeutica dirigida para esta área da doença nomeadamente na seleção da estatina mais adequada ao perfil de RCV.