23

24

25

26
 
PSORÍASE ASSOCIADA AO VIH – A IMPORTÂNCIA DO CONTROLO DA INFEÇÃO.
Doenças infeciosas e parasitárias - E-Poster
Congresso ID: P556 - Resumo ID: 840
Hospital de Cascais - Dr José De Almeida
Ana Gorgulho, Ana Paula Antunes, Anabela Marques, Vanda Castro, Mafalda Guimarães, Catarina Santos, Sara Lestre, Inês Vaz Pinto
A psoríase é uma doença inflamatória crónica imunologicamente mediada que cursa com placas eritematodescamativas no tegumento. A disfunção imunológica da infeção por Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) está associada a várias dermatoses, sendo a psoríase um deles. Está provada a presença de RNA VIH na pele dos doentes com psoríase associada ao VIH o que sugere um papel direto do vírus e é compatível com o agravamento da psoríase com virémia elevada.
Caso clínico:
Homem de 42 anos com antecedentes de consumos de heroína e cocaína desde os 25 anos com poucos períodos de abstinência desde então. Co-infectado VIH-1 e Vírus da Hepatite C desde 2003 e Vírus da Hepatite B desde 2016. Ao diagnóstico VIH-1 com 25 céls T CD4+ (estadio 3A). Diagnóstico de psoríase em 2006 com inúmeros internamentos desde então por eritrodermia com placas hiperqueratósicas dispersas, geralmente com atingimento palmoplantar, do couro cabeludo e da face, exuberantes. Existe uma relação íntima do agravamento destas lesões com o incumprimento terapêutico, o aumento da carga viral e a diminuição do número de células T CD4+. A cada internamento, atinge grande melhoria clínica após reintrodução da Terapêutica Antirretroviral combinada (TARc) com ou sem administração de acitretina. Caso clínico ilustrado com imagens das fases de agudização e de controlo da doença.
Discussão:
A psoríase associada ao VIH é muitas vezes refratária mas estão descritos vários casos de melhoria espontânea de “flares” com a introdução de TARc, sendo que não está claro se se deve a um efeito dos fármacos ou apenas da diminuição da carga viral. O cumprimento terapêutico na infecção VIH tem benefícios de saúde pública (transmissibilidade), de melhoria imunológica, de redução de morbimortalidade e de preservação do estado de saúde, autonomia e qualidade de vida. Em alguns doentes, como é o caso do doente que apresentamos, o controlo da infecção VIH toma um papel importante também no controlo de outras patologias.