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PRIMÁRIO OCULTO DA MAMA
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P729 - Resumo ID: 841
Centro Hospitalar Barreiro-Montijo
Carolina Trabulo, Isabel Fernandes, Rita Gameiro dos Santos, Joaquim Peixoto, Fátima Campante
INTRODUÇÃO: A neoplasia oculta é uma entidade pouco frequente que se define como a presença de metástases com tumor primário indetetável na altura da apresentação. Em particular, no caso do Primário Oculto da Mama o diagnóstico só deve ser realizado após exclusão de evidência clínica ou imagiológica de tumor primário na glândula mamária, no prolongamento ipsilateral, na mama oposta e acessória e não apresentar outros situs primários.
A incidência desta forma de manifestação ocorre em menos de 1% dos tumores da mama. Dada essa raridade, não existem estudos prospectivos randomizados elucidativos acerca da melhor abordagem diagnóstico deste grupo de doentes, baseando-se a pratica clínica em estudos retrospectivos com amostras reduzidas.

CASO CLÍNICO: Mulher, de 59 anos, com antecedentes pessoais e familiares irrelevantes, recorreu ao serviço de urgência por dor lombar direita, grau 8 em 10, que não cedia a medicação antiálgica. A doente não apresentava alterações ao exame físico e em avaliação laboratorial. Neste contexto realizou uma Tomografia Axial Computorizada de coluna lombar que evidencia lesões osteolíticas extensas.
Na sequência da investigação etiológica a doente realizou ecografia mamária e mamografia, endoscopia digestiva alta, colonoscopia, e ecografia da tiróide que se revelaram normais. Realizou biopsia óssea que mostrou metastização medular por carcinoma, cujas características morfológicas e a positividade para os receptores de estrogénios favoreceram uma origem primária mamaria.
Neste sentido foi pedida uma Ressonância Magnética Mamária que revelou pequenos gânglios na axila direita, sem adenopatias axilares ou das cadeias mamarias internas, revelando após contraste no quadrante inferior e interno da mama direita uma lesão de 5 milímetros. A biopsia veio confirmar carcinoma invasivo da mama, do subtipo luminal A.
A doente foi encaminhada para Oncologia Médica onde está a realizar tratamento paliativo.

CONCLUSÃO: Embora o cancro da mama seja o mais frequente no sexo feminino, o caso apresentado é um excelente exemplo da dificuldade de diagnostico da neoplasia oculta, sendo o internista uma peça fundamental na marcha diagnostica a tomar.