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A DOR (NÃO) É NOSSA
Organização e gestão / novas formas de cuidados - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO082 - Resumo ID: 842
Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, Serviço de Medicina Interna
Isabel Taveira, Tiago Fiuza, Leonor Gama, Monika Dvorakova, Cláudia Vicente, Teresa Bernardo, José Sousa e Costa
Introdução: A dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável, associada a lesão tecidular real ou potencial, tendo sido definida como o 5º sinal vital pela DGS em 2003. Atualmente, em Portugal, a Dor Aguda é a principal causa de admissão hospitalar e a Dor Crónica afeta 37% da população adulta portuguesa, o que demonstra a importância de um adequado controlo da dor, não só para a qualidade de vida a nível individual, como também a nível económico (populacional).
Objetivos: Caracterizar a incidência de dor em doentes internados no Serviço de Medicina Interna e a terapêutica analgésica prescrita.
Material e Métodos: Estudo observacional, transversal, realizado a 23 de Janeiro a todos os doentes internados no Serviço de Medicina Interna. A dor foi avaliada com recurso à Escala Visual Analógica (EVA) e à escala Pain Assessment in Advanced Dementia (PAINAD) nos doentes não comunicantes.
Resultados e Conclusões: O estudo incluiu 51 doentes, 63% homens (n=32), com uma mediana de 81 anos de idade (mín 42; máx 100). A maioria foi admitida por patologias infeciosas (n=31), 3 doentes tinham doença oncológica ativa, 3 doença oncológica pregressa (tratada e sem evidência de recidiva). 39 Doentes tinham capacidade cognitiva íntegra no momento da entrevista, tendo a dor sido avaliada com recurso à EVA. No momento do estudo, 51% dos doentes apresentava dor, 14 dos quais de intensidade ligeira (intensidade 3 ou inferior). Da população avaliada, apenas 37 doentes tinham prescrição de analgesia, a maioria dos quais apenas em SOS (86%). Apesar da presença de dor, só 19 doentes tinham fármacos analgésicos prescritos. Destes, realça-se em particular o grupo de doentes com dor moderada a intensa (intensidade 4-10), em que apenas 25% (n=3) tinha terapêutica adequada à intensidade da mesma.
Conclusão: Apesar da subjetividade da dor, o seu controlo deveria ser prioritário. Com todas as limitações inerentes, os autores pretendem sensibilizar a comunidade médica para a importância e o impacto do controlo da dor, independentemente da etiologia, no país onde a prescrição de fármacos opióides se mantém como a mais baixa da Europa.
Porque a dor não é nossa, mas a obrigação de a controlar sim.