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TEP DE REPETIÇÃO | PROCESSO NEOPLÁSICO OCULTO
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P746 - Resumo ID: 844
Hospital Santa Maria Maior
João Pedro Abreu, Alexandra Leitão, Maria Teresa Boncoraglio, Francisca Moura, Joana Esteves, Carla Lemos Costa, Carlos Olveira
INTRODUÇÃO | O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma complicação comum, grave e potencialmente fatal da formação de trombos no sistema venoso profundo. Representa a 3ª causa de morte em doentes hospitalizados, sendo, contudo, frequentemente não diagnosticado. Os factores de risco para TEP são: estase venosa, dano ao leito vascular e hipercoagulabilidade (Tríade de Virchow). Entre os factores que condicionam hipercoagulabilidade importa ressaltar as doenças oncológicas para o caso.
CASO CLÍNICO | Apresenta-se caso de indivíduo do sexo masculino, 59 anos, com hipertensão arterial com lesão de órgão alvo, obesidade, dislipidemia, Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono e cardiopatia isquémica estável. Refere febre, dispneia e tosse irritativa com cerca de 1 semana de evolução. Recorre ao SU, objectivada Traqueobronquite Aguda sem critérios de gravidade, tendo alta com Amoxicilina/Ác. Clavulâmico. Retorna ao SU por agravamento da dispneia; Insuficiência respiratória (IR) hipoxémica moderada e elevação de parâmetros inflamatórios; Rx Tórax sem consolidações; realizou AngioTC Tórax dado hipoxemia desproporcionada – ´Múltiplas adenopatias mediastínicas e hilares (…) discreto espessamento parietal peribrônquico, no segmento posterior do lobo superior direito e opacidades peribroncovasculares, no lobo inferior direito, podendo tratar-se de alterações infeciosas (…) defeito de repleção excêntrico num dos ramos segmentares do lobo inferior direito, em relação com tromboembolia crónica.”. Foi internado com diagnóstico de PAC e TEP crónico, iniciada Hipocoagulação com HBPM. Realizado estudo complementar que se revelou inconclusivo. Alta para consulta de Medicina Interna com AVK.
Após 1 mês, retorna ao SU com clínica de dispneia aguda e perda ponderal de 10 Kg. Apresentava-se com IR hipoxémica e edema assimétrico do Membro Inferior Esquerdo (MIE) – angioTC Tórax – ´(...) Identificam-se defeitos de repleção de ramos segmentares e subsegmentares da artéria pulmonar inferiores, em relação com TEP agudo. Mantém-se múltiplas adenopatias mediastinicas (…)” – e Döppler MIE – Trombose Venosa Profunda (TVP) extensa. Internado com diagnóstico de TEP recorrente em doente com níveis terapêuticos de hipocoagulação. Colocado filtro na Veia Cava Inferior. Do estudo realizado – TC TAP sem massas excepto adenopatias descritas; imunofenotipagem de sangue periférico, EDA e EDB sem alt; LBA e imunocitoquímica compatível com Carcinoma de não pequenas células; realizou Biópsia de gânglio que confirmou diagnóstico. Foi então referenciado Pneumologia Oncológica.
CONCLUSÃO | O contexto paraneoplásico é largamente conhecido como factor etiológico para TEP. Contudo, o diagnóstico de neoplasia primária nem sempre é linear e representa frequentemente um desafio à prática clínica. Com este caso pretendemos reforçar a importância de uma investigação detalhada no esclarecimento etiológico para o TEP, uma vez que este pode apresentar-se com primeira manifestação de doença oncológica oculta.