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VVACV? VVCORONÁRIA? PROBLEMA VASCULAR CRÍTICO.
Doenças cardiovasculares - Caso Clínico
Congresso ID: CC014 - Resumo ID: 896
Serviço de Medicina 2 - Centro Hospitalar de Leiria
Ana Albuquerque, Maria João Palavras, Cláudio Quintaneiro, Helena Carrondo, Célio Fernandes
Introdução: Segundo a classificação TOAST a etiologia do AVC isquémico (AVCi) subdivide-se em cinco grupos. No quarto grupo enquadram-se as causas raras de AVCi, como é o caso das disseções arteriais (p.e. aórtica, carotídea, vertebral). No caso específico da disseção aórtica tipo A (classificação Stanford), pode associar-se a AVCi em cerca de 5-10% dos casos.
Caso clínico: Homem de 56 anos, fumador e com antecedentes de hipertensão arterial mal controlada, admitido no Serviço de Urgência após início súbito de disartria, parésia facial central e hemiparesia esquerda e triado como Via Verde de AVC. Referia desconforto retroesternal e dorsal tipo ardor, com cerca de 30 minutos antes do da sintomatologia neurológica. Na primeira observação hemodinamicamente estável, mas com agravamento clínico progressivo e rápido.
A avaliação analítica apenas mostrando elevação dos D-Dímeros 84934 ng/mL. ECG sem alterações de relevo. A TC-CE não mostrava sinais de isquémia aguda e a Angio-TCCE a revelar presença de dominância marcada da artéria cerebral anterior esquerda. Perante a presença de sintomas neurológicos e cardiovasculares sem presença de evidente causa isquémica colocou-se a hipótese de disseção aórtica pelo que se avançou com angio-TC torácica e abdominal. O resultado evidenciou a presença de disseção aórtica tipo A, com envolvimento do tronco braquiocefálico e o segmento proximal de ambas as artérias carotídeas comuns. O doente foi orientado para o serviço de Cirurgia Cardiotorácica, onde depois de resolução cirúrgica se verificaram a regressão dos achados neurológicos.
Discussão: As disseções aórticas podem manifestar-se de variadas formas, sendo que as apresentações neurológicas podem ser o primeiro sintoma da doença em cerca de 18-30% dos casos e podem dominar todo o quadro clínico. Considera-se a apresentação deste caso como importante devido à necessidade de considerar as etiologias mais raras na abordagem da VVAVC e VVEAM que não são de apresentação clássica.