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QUEIXA PRINCIPAL NA URGÊNCIA: FREQUÊNCIA E GRAVIDADE
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO184 - Resumo ID: 903
Hospital de Santo António dos Capuchos, CHULC
Hugo Raposo Inácio, Ana Brito, Daniela Marto, Salvador Morais Sarmento, Miguel Sousa Leite, Sofia Mateus, Dina Pita, Andreia Amaral, Marta Moitinho, Catarina Espírito Santo, Paulo Barreto, Catarina Salvado
Introdução: A maioria dos estudos epidemiológicos desenvolvidos em serviços de urgência (SU) centram-se no diagnóstico final, havendo poucos que abordam a relação entre queixa principal (QP) de apresentação e diagnóstico de saída. O projeto de investigação que propomos pretende fazer uma avaliação das QPs de maior interesse, com base na frequência e gravidade de apresentação, e os diagnósticos mais frequentes encontrados. Apresentamos aqui os resultados da primeira fase do estudo.

Objectivo: Identificar quais as QPs mais frequentes e que estão associadas a doentes mais graves, considerando o local de tratamento e o resultado ou destino.

Método: Estudo observacional retrospectivo, com inclusão de todos os doentes que recorrem a um serviço de urgência polivalente (hospital terciário) num período de 12 meses, e foram encaminhados para observação pela especialidade Medicina Interna. Consideramos como QP o fluxograma escolhido no momento da triagem – utilizando o protocolo de Manchester. Foram considerados doentes graves todos os que cumpriram pelo menos um dos seguintes critérios: admissão na sala de reanimação ou unidade de observação; internamento em unidade de cuidados intensivos ou intermédios; óbito no SU.

Resultados: Em 12 meses foram observados 149 761 doentes, 69 802 dos quais encaminhados à Medicina Interna (46%). Considerando este subgrupo de doentes e os 15 fluxogramas mais frequentes, foram incluídos 65 307 doentes (91%). Dados gerais: idade 55+/-22 anos (média, dp); sexo feminino 56%; triagem laranja 8%, triagem amarela 44%, triagem verde 45%; tempo médio de permanência no SU 8+/-16 horas; internamento qualquer serviço 15%; doente grave 8%, sala reanimação 2%, sala observação 6%, internamento em UCI 1,6%, óbito no SU 0,4%.
Os 3 fluxogramas mais frequentes foram a indisposição no adulto 24%, dispneia 13% e dor torácica 10%. No conjunto representam 47% dos doentes. Os fluxogramas com maior gravidade relativa foram: convulsões 25%, estado de inconsciência/síncope 20%, palpitações 19%, dispneia 18%, indisposição no adulto 10% e dor torácica 9%. Por outro lado, os fluxogramas com valores mais baixos foram: erupções cutâneas 0.5%, embriaguez aparente 1% e problemas nos membros 1%. Os fluxogramas com maior frequência relativa de internamento foram dispneia 36%, estado de inconsciência/síncope 24%, indisposição no adulto 22%, convulsões 17%, dor abdominal 12% e dor torácica 11%.

Conclusão: As diferenças na frequência, internamento e gravidade da QP do doente que se apresenta no SU, devem ser consideradas na organização do serviço e na preparação dos profissionais. Na próxima fase do projecto pretendemos estudar as QPs mais relevantes de forma individualizada.