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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO EM DOENTES HIPOCOAGULADOS COM ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS – EXPERIÊNCIA NO HOSPITAL DISTRITAL
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - Comunicação
Congresso ID: CO156 - Resumo ID: 924
ULS Guarda
Ivanna Ostapiuk, Paulo Zóe Costa, Bárbara Saraiva, Joana Caires, Paula Neves, Orlando Mendes, Heidy Cabrera, João Correia
Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das primeiras causas de mortalidade em Portugal sendo a fibrilação auricular (FA) um dos principais fatores de risco para AVC isquémico (AVCi). Atualmente, muitos destes doentes encontra-se sob anticoagulantes orais diretos (DOACs). Apesar do aumento do número de doentes internados nas unidades de AVC (UAVC) previamente medicado com DOACs, a abordagem do AVC nestes doentes ainda permanece controversa.
Ojetivo: Pretende-se avaliar as características dos doentes admitidos com AVCi associado a FA e medicados com DOACs numa UAVC de um hospital distrital.
Materiais e Métodos: Estudo observacional retrospetivo de doentes internados numa Unidade de AVC de um hospital distrital, entre 1 de Janeiro de 2017 e 31 de Dezembro 2018. Critérios de inclusão: diagnóstico de AVCi em doentes com FA conhecida e sob DOACs. Pesquisa: codificação de GDHs e consulta dos processos clínicos. Análise estatística: Microsoft Excel.
Resultados: Obtiveram-se 527 doentes internados. Destes foram identificados 41 (24 mulheres; idade media 80.4 anos) com AVCi de causa cardioembólica por FA e medicados previamente com DOACs. Destes 16 estavam sob rivaroxabano, 12 sob dabigatrano, 9 sob apixabano e 4 sob edoxabano. Dos 41 doentes em 4 foi feita trombólise e 2 doentes reuniram critérios para trombectomia mecânica, sem complicações posteriores. Globalmente destaca-se boa evolução, sendo que à data de alta 30 doentes não tiveram agravamento do grau de dependência prévio e apresentaram NIHSS <6. Dois doentes faleceram durante o internamento por AVCi extenso com transformação hemorrágica. À data de alta 27 doentes mantiveram o mesmo DOAC previamente prescrito e não foi feito qualquer ajuste da dose, em 2 a dose foi ajustada, em 7 doentes foi alterado para outro DOAC e 3 tiveram alta com enoxaparina. Todos os doentes foram avaliados em consulta 3-6 meses após o internamento, verificando-se estabilidade clinica, sem registos de novos eventos isquémicos ou hemorrágicos. Como limitações ao estudo salienta-se: tamanho da amostra, ausência de informação quanto ao cumprimento terapêutico e impossibilidade de titular dos níveis de DOAC.
Conclusões: Verificou-se uma maior incidência dos eventos nos doente anticoagulados com rivaroxabano e dabigatrano, mas o tamanho da amostra é pequena e não permite aos autores aferir o impacto deste resultado. Pretende-se a realização de mais estudos comparativos, pertinência no doseamento dos fármacos, de modo a referir as diferenças de eficácia e segurança entre as DOACs.